O fim do milênio se aproxima e os enigmas humanos não são ultrapassados apesar do avanço da ciência e da tecnologia. “A velocidade das transformações, a redução cada vez maior do tempo de relação, de pensamento, de crítica e o avanço acelerado das pesquisas científicas dificultam a reflexão criando um mal-estar e uma angústia que se traduzem na convivência entre racionalidade científica extrema e irracionalismo.” Por que então, não lançar mão das teses existencialistas através de Heidegger e Sartre para interrogar e refletir as encruzilhadas e os dramas desses tempos sombrios? Heidegger pensou as questões da temporalidade, da metafísica da imanência e os caminhos seguidos pelo homem em sua opção pela técnica, através da originalidade do dasein – “ente a quem a inteligência do ser – fundamento – é essencial.” Sartre analisou a liberdade como condição ontológica do homem e estudou o racismo como “manifestação de uma alma coletiva irracional.” As semelhanças com a problemática existencial atual não são, portanto, mera coincidência.
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