O presente livro apresenta reflexões sobre a feminilidade e seus desarranjos que possibilitam o surgimento de doenças mentais e nos fazem pensar a respeito do feminino (e do masculino) em sua toda a sua complexidade. A análise desenvolvida pela autora se dá pelo prisma psicanalítico sobre a protagonista da obra literária Madame Bovary no âmbito da escola freudiana. Este romance, escrito por Gustave Flaubert e publicado em 1856 – ano do nascimento de Freud – causou uma grande repercussão na sociedade francesa da época. Por causa disto, o autor foi julgado por “ofensa à moral pública e religiosa”. O intuito de utilizar Emma Bovary como objeto deste estudo se deve, principalmente, pelo fato dela apresentar características que podem ser compreendidas, à luz da Psicanálise, como histeria feminina. Para tornar claro esse entendimento, neste trabalho, se utilizou não somente as contribuições de Freud, mas de outros autores que juntamente com as postulações do “Pai da Psicanálise” tratam da constituição da feminilidade e seus desarranjos, que conduzem a neurose histérica. Emma Bovary, ao contrário de personagens românticas não é descrita, por seu autor, como uma mulher perfeita, impecável e sofredora, mas sim, com características humanas reais. Aí estão as características realistas que fundaram uma nova escola literária no século XIX e impactaram uma geração.
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