Em 585, os bispos do Reino Franco, reunidos em um concílio eclesiástico para deliberar assuntos de relevância para suas comunidades, decretaram um cânone estabelecendo que se algum bispo receber um pobre lhe pedindo caridade, “que o receba com hospitalidade, e não lhe solte os cães, pois o bispo deve resguardar os hinos aos latidos, e as boas obras às mordidas venenosas”.
Essa passagem é reveladora da constante divergência entre teoria e prática caritativa no quotidiano da sociedade cristã entre os séculos IV a VIII. Por um lado, discursos, sermões, hagiografias e diversos outros discursos eclesiásticos disseminavam o ideal de que a caridade era o melhor meio para se redimir os pecados e, consequentemente, atingir o Reino dos Céus. Por outro, exercendo um verdadeiro “trust religioso”, a Igreja católica colocava-se como intermediária entre ricos e pobres, e entre este mundo e o Além, tornando-se a maior beneficiária dos recursos materiais e imateriais auferidos de um elaborado circuito caritativo do qual era a principal apologista.
Crítico e bem fundamentado em fontes de época, este livro analisa as transformações econômicas, sociais e mentais ocorridas durante a Antiguidade Tardia que habilitaram a Igreja católica a utilizar a caridade cristã sobretudo como forma de legitimação e afirmação do poder de suas altas hierarquias.
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