Os laços humanos, tão caros para as principais teorias psicológicas, filosóficas e sociais, passam na sociedade contemporânea por uma espécie de afetação na qual não há mais retorno. Pensar o desamparo é pensar de algum modo na ineficácia daquilo que chamamos de amor. Para a Psicanálise, o amor é indispensável para a construção e manutenção da subjetividade daquilo que imaginamos ser o Humano. Em tempos de consumismo, de produzir-se como objeto de consumo para um outro, em tempos de espetáculo em que devo ser visto para ser “comprado”, o que podemos chamar de vínculos humanos?
Neste livro pretendemos lançar um olhar sobre os vínculos humanos contemporâneos, em especial no desamparo como consequência da vida permeada pelo discurso do consumismo. Este livro faz uma leitura dos vínculos humanos contemporâneos a partir da ideia de que a sociedade, tal qual está constituída, produz o desamparo humano que tem como consequência por exemplo a depressão, a angústia, entre outas patologias do afeto. Não há dúvidas que algum laço ainda permanece, caso contrário não haveria sociedade, mas qual e como se daria este laço, que ao invés de amor, encontramos o desamparo?