Com uma linguagem clara abordando uma proposta reflexiva, este livro traz uma análise sociológica sobre a questão do desenvolvimento nos espaços locais, identificando aspectos históricos e a inserção do indivíduo dentro desse contexto.
Com o autor utilizando as teorias do desenvolvimento dos anos pós-guerra e as transformações históricas recentes, ao definir espaços sociais a partir do que a teoria social é capaz de abarcar da realidade, demonstra-se que esses espaços sociais se ampliaram com as transformações recentes comprometendo a capacidade dos projetos políticos em disputa.
Nesse contexto, ao transformar processos históricos em processos de desenvolvimento, o grau de incertezas no sistema foi amplificado, trazendo as discussões para o “local”, visto enquanto territorialidade privilegiada para se pensar o desenvolvimento, emergindo, então, o caráter endógeno desses processos, quando a questão central passa a ser: como os atributos locais são apropriados e se transformam na base da construção de estratégias?
Assim, ao perscrutar um conjunto de teorias e enfoques que tratam dos temas relacionados ao desenvolvimento local, o autor revela diferentes formas de apropriação dos atributos locais e estratégias para a sua promoção, restando dessa análise que, dos processos gerais em curso, fazem parte as dinâmicas inerentes ao indivíduo e aos grupos que eles conformam, de modo a permitir a compreensão mais integrada de dinâmicas sociais territorializadas e a construção de estratégias mais efetivas.
Neste diapasão, fica claro, a partir da proposta da construção dos espaços do sujeito e dos grupos sociais e sua inclusão no Mapa da Estrutura-Ação de Boaventura Santos, que os meios importam e que focar apenas os limites objetivos pode não ser suficiente para provocar o desencadeamento de processos de desenvolvimento, que deve considerar a incerteza inerente aos processos históricos, bem como a pluralidade de caminhos na busca do desenvolvimento como a articulação de ideias que apontam para um futuro melhor.