O escritor Erol Anar, neste livro buscou reflexões sobre o significado da sua vida, a análise dos seus relacionamentos nesta era que estamos vivendo. Reúne suas idéias emocionantes sobre os sonhos humanos, revelando o quanto devemos ser corajosos para conhecermos nossos desejos e realizá-los, apesar de toda pressão sofrida nos relacionamentos sociais para cumprirmos uma dita “ordem”. Suas críticas são um convite a auto-observação para impulsionar a auto-superação. Esse livro nos faz dialogar através de questionamentos sobre qual o sentido da vida para cada um.
Ele testemunha a maneira como estabelecemos esta era, as máscaras utilizadas para demonstrar poder, nossos aprisionamentos, a falta do silêncio. Um silêncio não apenas como a ausência de barulho, mas aquele capaz de nos engrandecer com sabedoria.
Esse livro é uma história pessoal do autor, ele quis buscar conhecer ele mesmo, o mais puro do seu Eu. Através de idéias, exemplos dos outros autores, experiências, sentimentos, pensamentos frutos dos seus próprios relacionamentos interpessoais e de suas viagens para diferentes países. É um convite para jogarmos todas as nossas forças apostando na possibilidade de nos realizarmos através da liberdade.
Os meus sonhos distantes, os quais irei citar muito neste livro que está em suas mãos, são os tesouros da minha vida.
Por isso eu me dirigi a eles. Penso que eles são como um tapete voador que carrega todos os significados da vida, voando para lugares distantes. Quem tem a sorte de permanecer em cima desse tapete voador, sente-se honorável e com sorte, tanto que pode sentir a tranqüilidade eterna.
Quando me dirijo a eles, na realidade, converso comigo mesmo a respeito da sociedade. Meus sonhos distantes são, em certos momentos, o meu amor, em outros, minha amiga, ou meu amigo, bem como, às vezes, o meu mundo interior.
As críticas que faço neste livro, em algumas partes são para mim e, em outras, às pessoas em geral. Falo com alguém na minha frente, talvez seja um lado meu mesmo, ou um lado de nós todos.
O que eu estava procurando era olhar a profundidade da alma humana, por isso enviei essas cartas para elas. Minha aventura é um caminho para descobrir eu mesmo e vai continuar com inspiração e com zelo durante a minha vida toda.
Esta profundidade esta escondida dentro dos sonhos distantes. Quem os possui são as pessoas mais ricas do mundo. Eu irei seguí-los,eles serão minha bússola. Sou amante e amigo de sonhos, até morrer.
Penso que colocar títulos nas cartas foi melhor, eu as deixo para serem guiadas pelas correntes de ar, como pipas de papel que também se guiam pelos ventos. Sei que o vento forte vai levá-las longe, mas não irei mais falar nada, deixo você com as cartas…
No dia seguinte tomamos café da manhã numa cafeteria. No menu tinha um tipo de café da manhã pelo qual me interessei porque chamava Café da manhã existencialista. Esse pedido continha um café puro e um charuto ou um cigarro forte. Sorri pensando em quem organizou esse tipo de café da manhã, essa pessoa deve cair num tipo de depressão como Sartre, o filósofo existencialista. Eu estava ali sorrindo.
A vida, às vezes, é um café da manhã existencialista, passa com sua dureza e você pensa que ela é só cheia de problemas. Não percebemos nossa existência plena. Até chegar um momento no qual o sol brilha novamente em nossos corações e ficamos alegres porque estamos vivos, passando a sorrir felizes com os pequenos acontecimentos diários. A vida é assim: às vezes um café da manhã existencialista e às vezes um banquete mágico. Estávamos tomando nossos cafés nas mesas ao ar livre no restaurante, em frente ao sol da manhã e pensávamos o quanto a vida é bonita…”