A trova é uma forma de composição poética cujas fontes são eruditas e medievais. Foi-nos transmitida pelos trovadores europeus nos primórdios da nossa literatura. D. Dinis, Rei de Portugal, foi trovador e, entre outros Poetas Portugueses, Fernando Pessoa presenteia-nos com esta linda trova: Quando compões o cabelo Com tua mão distraída, Fazes-me um grande novelo No pensamento da vida. Esta capacidade de trovar, de dizer muito, poeticamente, com poucas palavras, é também cultivada pelo poeta Vidal Idony Stockler, criador de centenas de trovas, em sua primorosa produção poética. Neste livro Caminhada destacamos o dinamismo desta trova de cunho existencial: Como o vento perpassando, Rompendo espaços sem dó, Segue o homem navegando Para tornar a ser pó. Vidal cria neste livro um universo temático de trinta e dois temas além dos temas diversos, perpassando, entre outros, pela amizade, Deus, esperança, liberdade, pássaros e a própria trova, num exercício metalingüístico como este: Quanta sensibilidade Nos quatro versos da trova! E com rica propriedade A luz da rima comprova. Assim vai vivendo o Vidal, com sua juventude acumulada nas lindas imagens poéticas que faz dele um ser que dá vida e trova a cada minuto do existir. Roza de Oliveira Presidente da Academia Paranaense de Poesia