Flavius Josephus, em hebraico: Lossef ben Matitahu ha-Cohen, nasceu em 37 E.C. (Era Comum), e faleceu por volta do ano 100 E.C. Nascido em Jerusalém e de família sacerdotal, foi criado na melhor tradição judaica, recebendo boa educação, para os padrões da época. Segundo sua autobiografia, seu conhecimento era minucioso quanto aos ensinamentos nos textos tradicionais da Torá, sendo que mais tarde, Josefo procurou, por iniciativa própria, os ensinamentos dos saduceus, fariseus e essênios, optando por ter sua verdadeira iniciação vivendo, na qualidade de discípulo, durante três anos no deserto, alimentando-se de frutas e lavando-se com água fria várias vezes ao dia e à noite para purificar o espírito.
Ainda jovem, chegou a ser um dos líderes do reduzido exército que se rebelou contra os invasores romanos. Depois da derrota, entregou-se aos romanos, caindo nas graças de Vespasiano – comandante das legiões romanas – ao profetizar que este se tornaria imperador. Como sua profecia se confirmou, ele tornou-se protegido do imperador romano, recebeu o título de cidadão e foi nomeado Flávio, o nome da dinastia romana dominante na época. Flavius Lossef – Flávio Josefo, como é conhecido hoje – passou a residir em Roma e escreveu algumas obras históricas, entre elas “A Guerra dos Judeus”, “Antiguidades Judaicas” e “Antiguidades dos Judeus – Contra Apion”. Terminou seus dias em Roma, onde, como testemunha ocular, dedicou-se à história da catástrofe nacional, a destruição do Segundo Templo, despovoamento da Judeia e a saga monumental de uma nação vencida, mas altiva, que tem para si a Antiguidade, e, portanto, a nobreza.