O trabalho realiza uma releitura da obra Os Sertões através de uma perspectiva que tem como pano de fundo a formação das identidades nacionais. O livro de Euclides da Cunha é entendido como uma resposta peculiar à questão sobre quem é o brasileiro, que ultrapassa os limites entre História, Sociologia, Jornalismo, Antropologia e Literatura. Utilizando os conceitos de identidade, memória e tempo, este trabalho mostra que as dualidades tradição/modernidade e objetividade/subjetividade não estão dissociadas na construção do discurso acerca da nacionalidade brasileira. A compreensão de Euclides da Cunha do sertanejo, em particular, e da nacionalidade brasileira, em geral, sofreu alterações na medida em que o autor aproximava-se do sertão. No decorrer da viagem a Canudos, gradativamente, a experiência vivenciada derruba-lhe as certezas iniciais sobre o sertanejo, e é, paradoxalmente, a base de uma admiração inconfessa pelo jagunço. A pesquisa evidencia a perspectiva de Euclides da Cunha como expressão da tensão da inadaptação da racionalidade moderna ao sertão e, através dela, amplia o escopo de análise, focalizando a construção de discursos sobre a memória coletiva e sua relação com as identidades nacionais para recolocar a questão sobre quem é o brasileiro.
Memórias de um Ser-tão Brasileiro
Tempo, História e Memória em Os Sertões de Euclides da Cunha
Número de ISBN
853620089-8
Total de página
128
Ano de publicação
2002
Peso
174 Gramas
Em estoque
Autor
Marçal de Menezes Paredes
Price
R$ 39.90