Como um barco que chega à praia após terrível tempestade em alto mar, sem nunca perder o sentido e a visão do porto seguro, esta Poética da Simplicidade pretende-se em duas abordagens: a uma, a vida simples e prosaica do cotidiano em comunidade – cheirinho de pão quente e café recém feito – e, a duas, a essencialidade que restou a quem foi perdendo tudo, ou quase tudo, aos poucos, tendo que se alijar de coisa por coisa, uma a uma, ao longo do trajeto, tal como o marinheiro que atira todo o supérfluo do navio ao mar, na iminência do naufrágio.
Assim quer ser a Poética da Simplicidade, poemas livres cujo ritmo e prosódia são os do pensamento de quem escreve ou lê, trazendo-me a generosidade da sua atenção.
Ao oferecer este esforço modesto ao leitor amigo, julgo oportuno endereçar-lhe uma explicação, feita nos parágrafos acima, sobre a gênese destas páginas.
E é só. Sorri e passei, como os espíritos acadêmicos de quase todas as épocas. Hoje, porém, não posso mais sorrir e passar, simplesmente.
É que hoje, não mais cogito de crer, porque sei.
A Autora.