A atuação do profissional da Psicologia no Sistema de Justiça é permeada por questionamentos acerca do lugar a ser ocupado e dos possíveis diálogos entre as diferentes áreas do conhecimento. Há atualmente uma premência de constante discussão e reconstrução dos saberes, considerando o compromisso social inerente ao exercício da psicologia. Para tanto, esta obra discute relevantes questões sob um enfoque crítico, objetivando apontar algumas armadilhas assentadas no tortuoso caminho da atuação em demandas criminais.
O testemunho de crianças em conflitos parentais, a judicialização dos conflitos conjugais, a lógica protetiva de direitos que é convertida em lógica criminalizatória, a vitimização causada por certas práticas jurídicas e policiais, entre outros assuntos, pontuam filosoficamente os impasses de se “fazer justiça” no Brasil, principalmente quando a justiça almejada envolve públicos (ditos) vulneráveis. Além desta imprescindível discussão, a obra também explicita propostas de atuação da psicologia nesses contextos prezando pela ética, como revelam os textos sobre perícia psicológica e gerenciamento de crise.
Por fim, o livro promove um diálogo com a área da saúde, desvelando os entraves para a notificação de casos de violência e a necessidade de interlocução dos saberes para a efetiva garantia dos direitos dos envolvidos em demandas criminais.