Este livro tem como objetivo resgatar o estudo da interface pensamento-cérebro que expõe o ser humano a um drama existencial. Demonstra-se a priori que, em razão dos exageros propostos pela teoria do inconsciente, ausente um entendimento empírico, o homem jamais conseguiu libertar-se da condição de vítima, tanto do próprio pensamento, quanto da força psíquica que o move, tangido sempre pelas correntes culturais, filosóficas e científicas que se impregnam das crenças de cada época ao longo da história humana.
Por esse motivo, o livro se apresenta em duas etapas: a primeira atua como preparação histórico-teórico-didática, com breves esclarecimentos científicos, mediante utilização de lentes graduadas em ângulo ainda desconhecido (novo paradigma), a fim de se preparar o leitor, expondo as razões para a aceitação do parâmetro de conhecimento da interface pensamento-cérebro que se oferece, pois uma mudança de paradigma não se consuma por meio de livros nem por influência de multidões, mas, individualmente, pelo trabalho exaustivo de convencimento focado em cada indivíduo. A segunda parte destina-se a presentear o leitor com pesquisas e descobertas instigantes, capazes de tumultuar com um ponto de interrogação o mais fiel defensor da teoria do inconsciente.
A obra segue uma construção temática fiel aos próprios questionamentos freudianos, por mais desconcertante que tal postura se coloque para certos estudiosos, embora posicionamento nada contraditório, já que o próprio Freud teria percebido falhas em sua teoria e buscava corrigir esses equívocos.
“o que hoje a ciência proclama como lei é repudiado como erro pela geração seguinte. Mudanças de opinião científica significam evolução e progresso” (Freud, Sigmund, 1981, p. 2.991).