Quando se tem a responsabilidade pública de garantir, proteger e promover direitos, não basta identificar problemas e produzir análises críticas, temos a obrigação de desenvolver hipóteses, coletar dados e, no caso do compromisso acadêmico, teorizar. Precisamos interpretar os resultados consultando evidências acumuladas pelo pensamento crítico e pesquisa empírica rigorosa, já que dados não falam por si mesmos, dependem de interpretação.
Por outro lado, a garantia da realização de direitos na interpretação de dados ou das lições aprendidas em uma experiência, deve permitir algum nível de validação prática – tarefa que nos apaixonou e envolveu como autores e editores no processo de produção desta coletânea. Ou seja, as pesquisas e reflexões sobre a prática que compõem este conjunto de livros pretendem, como sempre na atividade acadêmica, a confirmação ou refutação de teorias, sua ampliação e renovação, e, por derivarem das lições aprendidas e discussão fundamentada, apresentar a inovação em tecnologias e processos de trabalho, do planejamento à sua realização. No caso específico deste volume, inovação implica hierarquia de prioridades para a ação e bom uso de recursos públicos, em aumentar a eficiência em benefício da qualidade de vida dos cidadãos.
Este é o quarto volume da coletânea Vulnerabilidade e Direitos Humanos na Prevenção e Promoção da Saúde, que foi resultado de um conjunto de seminários organizado pelo Núcleo de Pesquisa e Prevenção da Aids (NEPAIDS) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com o Ministério da Saúde/Diretoria de DST/AIDS e Hepatites Virais e o Programa Estadual de DST/AIDS de São Paulo. Os autores aqui reunidos são renomados professores nacionais e internacionais, pesquisadores com grande quantidade de trabalhos publicados e profissionais e ativistas que tiveram a oportunidade de refletir e relatar experiências concretas sobre o planejar, fazer e avaliar em saúde a partir do marco da Vulnerabilidade e dos Diretos Humanos.