Dicionário Crítico de Gestão e Psicodinâmica do Trabalho

Biblioteca Juruá de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho

Número de ISBN 978853624355-9
Total de página 512
Ano de publicação 2013
Peso 665 Gramas
Em estoque
Autor Orgs.: Fernando de Oliveira Vieira, Ana Magnólia Mendes e Álvaro Roberto Crespo Merlo
Price R$ 149.90

O Dicionário Crítico de Gestão e Psicodinâmica do Trabalho surge da necessidade de se aprofundar o diálogo entre as diferentes áreas de conhecimento, que abordam as contradições entre capital e trabalho. Nessa composição, foram incluídos historiadores, sociólogos, cientistas políticos, administradores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais e médicos.

A Psicodinâmica e a Sociologia Clínica do Trabalho tem em Christophe Dejours o seu principal precursor. Insere-se no campo das teorias críticas do trabalho, mas, sobretudo, é uma teoria clínica. Tem como objeto central compreender a mobilização subjetiva no trabalho, que é o engajamento afetivo mediado pelo uso da palavra que o trabalhar, o trabalho vivo produzido pela organização do trabalho, nas contradições entre o prescrito e o efetivo, exige do trabalhador. Neste processo, é imprescindível compreender o sofrimento como o afeto que mobiliza os investimentos do indivíduo para transformar a organização do trabalho.

Quando esta transformação é possível, o prazer é vivenciado. Acredita-se que é possível lutar por mais prazer e sentido nesse universo laboral. Os verbetes produzidos para esta obra ajudam a analisar de que forma a mobilização subjetiva pode contribuir para o fortalecimento da inteligência prática, do coletivo e do reconhecimento do trabalho, como condição sine qua non, para se buscar a solidariedade nos ambientes organizacionais de nosso tempo. Utópico? Talvez. Se, de um lado, admite-se que a luta pela melhoria das condições dignas faz parte do cotidiano, por outro, essa luta precisa de um norte, que pode ser compreendido, nesse projeto, como um ideal mais humano de organização do trabalho.

A obra é direcionada a profissionais e acadêmicos de gestão, profissionais e acadêmicos de saúde, analistas de RH – Recursos Humanos e outros interessados em conhecer a dinâmica do trabalho moderno, na formação da identidade e do coletivo humanos. Entender esse jogo de forças pode auxiliar na procura por modos de enfrentar algumas angústias, ainda que sempre de caráter provisório.

O conjunto de textos desse Dicionário propõe-se a analisar e nomear fenômenos que atingem a dignidade dos trabalhadores. Nesse sentido, as experiências acadêmicas e científicas dos autores aqui representados aparecem como uma leitura pretensamente crítica das interfaces existentes entre as organizações, seus trabalhadores e a sociedade civil, de um modo geral. Escrevemos pretensamente crítica, pois entendemos que a crítica tem um caráter transitório e dinâmico por natureza. Que avançou a partir de algumas análises, mas que será superada por outras. E também porque não se pretende apresentar essas relações de modo maniqueísta, no qual de um lado estaria um único vilão (Capital) e, de outro, as eternas vítimas (trabalhadores). Nem tampouco se intenciona defender um modelo paternalista de gestão de pessoas. No entanto, dados da OIT – Organização Internacional do Trabalho e de diversas outras entidades revelam que se tem adoecido, acidentado, mutilado e morrido, por causas trabalhistas.

Para explicar essa realidade, o dicionário está composto por 76 (setenta e seis) verbetes, e estão organizados por ordem alfabética. Foram escritos por pesquisadores de várias universidades brasileiras e internacionais, e foram selecionados com base em três eixos: os conceitos básicos da psicodinâmica do trabalho, os diálogos e interfaces desta abordagem com outros campos do saber, e os conceitos transversais de gestão, que se articulam com a psicodinâmica.

Esperamos que essa obra aporte frutos. Dentre eles, o mais importante de todos, que seria contribuir por condições dignas, por um trabalho que faça sentido e por mais solidariedade entre as pessoas. Fazemos votos, ainda, que os textos suscitem mais diálogo, sempre com o intuito de melhorar a qualidade das relações de trabalho.