Qual a relação entre a guerra e o direito? O que diferencia um soldado profissional de um mero bárbaro sanguinário? Como a ética permeia o processo decisório militar, assegurando legitimidade ao monopólio da violência pelo Estado? Como o respeito ao Direito Internacional Humanitário (Direito Internacional dos Conflitos Armados) pode agir como soft power, multiplicando o poder de combate (hard power) de uma força militar?
Essas e outras questões são discutidas neste livro. Partindo da premissa de que o Direito Internacional Humanitário nutre-se do realismo e da inevitabilidade das guerras, a obra é influenciada pelo olhar de um soldado profissional, que pede licença para dialogar com a academia sobre aquilo que, muito mais que seu objeto de estudo, é sua formação e sua vida.
O desafio para o autor foi o de percorrer o amplo espectro abrangido pelo assunto, de modo que a narrativa contemplasse a base teórico-científica necessária a um trabalho consistente do ponto de vista acadêmico, porém sem desconsiderar o caráter utilitário da profissão militar. O Brasil tem longa tradição como assíduo participante dos foros internacionais destinados à regulação das relações entre os países, inclusive no caso das hostilidades bélicas. A postura brasileira de compromisso com a causa humanitária, já consolidado como signatário das Convenções de Genebra e de seus Protocolos Adicionais, foi reafirmada com o reconhecimento imediato do estatuto do Tribunal Penal Internacional, inclusive por meio de emenda à Constituição.
Obra dirigida aos interessados pela complexidade dos conflitos armados, com ênfase no papel regulador pretendido pelo Direito Internacional Humanitário (ou dos Conflitos Armados), temática não somente atual, mas que se tornou moeda de troca nas relações entre os Estados.