Um dos pontos cegos e problemáticos na teoria da democracia e nas organizações é exatamente o lugar da liderança. Percebo que as soluções atualmente encontradas para tratar sobre o assunto do Líder baseiam-se quase sempre nas diversas receitas prontas, especialmente aquelas que consideram o comportamento como objeto privilegiado de investigação. Portanto, a Psicanálise, alinhada a conceitos da Filosofia e Ciências Políticas, nos oferece uma diferente possibilidade de pensar as identificações coletivas (que ocorrem em uma massa ou grupos) e sua relação com a posição do líder.
Assim, busco apresentar as condições de possibilidade para pensar a constituição do lugar do líder como um efeito das relações de identificação coletivas, ou seja, onde o grupo (anterior ao líder) o constitui e o legitima como líder. Busco diferenciar tipos de coletividades, apontado características de sua formação e manutenção e delimitar a teoria das identificações na Psicanálise, para assim desenvolver e destacar elementos gerais de uma teoria em Freud/Lacan sobre a posição do líder e a constituição das coletividades.
O Autor.