O estabelecimento da indústria automobilística multinacional deu-se na década de 1950, não somente através do esforço, mas também da disposição e da estratégia do Estado brasileiro. Seguindo o modelo desenvolvimentista, a criação do GEIA, em 1956, destacou-se como sendo a primeira legislação específica para o setor automotivo que estabeleceu as regras, assim como a concessão de estímulos e desestímulos para a instalação e atuação daquela indústria no país. No entanto, com as implicações políticas posteriormente ocorridas, o GEIA foi desmembrado e sua atuação, como instrumento legal, levada à inexpressividade.
Por outro lado, após sua maturação no país hospedeiro, entre os anos de 1968 e 1973, a indústria automobilística se apresentou como um dos segmentos líderes e principais pilares da expansão econômica brasileira, contribuindo de forma significativa para o crescimento do PIB nacional, cuja variação percentual no período consagrou o milagre econômico.
Mas, frente à exaustão do crescimento interno acelerado e à crise internacional do petróleo, a partir de 1974, o governo Geisel adotou medidas restritivas preconizando a busca do saneamento econômico. Estas diretrizes do Estado, ao serem aplicadas, promoveram divergências entre os interesses corporativos daquele setor da indústria e os interesses nacionais do Brasil.
Nesse sentido, depois de um momento de grande expansão e desregulamentação, o ajustamento da indústria automobilística às novas políticas econômicas causou um conflito entre o governo e aquele segmento que é considerado o motor da industrialização brasileira.