A Biotecnologia e a Medicina buscam incessantemente melhorar a qualidade de vida das pessoas, principalmente com a terapia gênica. Esta técnica, que primordialmente tem como fim corrigir determinado gene defeituoso ou portador de alguma anomalia, vem sendo estudada na possibilidade de ser aplicada em atletas para melhoramento de seus desempenhos nas competições esportivas, tanto na recuperação de lesões, como para aumentar o condicionamento físico. Por isso, a sua possibilidade de se caracterizar o doping genético, método proibido no meio esportivo.
Diante disso, a presente obra busca discutir as seguintes questões: na medida em que o corpo se revela espaço de (re)construção da personalidade de cada indivíduo, deveria o doping genético manter-se proibido? Quais os limites que a autonomia do atleta enfrentaria? Mas se permitido, haveria a violação do espírito esportivo, da igualdade entre os competidores? Os genes acrescentados de fato trariam mais força, velocidade e resistência? Ao mesmo tempo, o atleta não estaria se autoinstrumentalizando para manter fama e patrocínios? E a discriminação genética, o melhoramento genético em atletas não estaria criando seres humanos com características melhoradas, na produção de pessoas à la carte? Estar-se-ia então diante de uma nova eugenia, colocando em risco o futuro da humanidade?
A presente obra é voltada para qualquer pessoa, em linguagem clara e acessível. Interessa também aos profissionais do Direito, da Área da Saúde, do Esporte e da Educação Física, da Filosofia, Sociologia e Antropologia, considerando o enfoque multidisciplinar, característica evidente ao longo de toda a leitura.