Policromias da Diferença é fractal, sem pretensões homogeneizantes ou universalistas. Compõe-se de trabalhos cuja única característica comum é um olhar invertido às grandes narrativas e aos grandes sistemas de dominação. Isso se revela não só pelo conteúdo dos seus capítulos, mas, mais fundamentalmente, pela diversidade da formação de seus autores e, consequentemente, pela fragmentariedade de suas perspectivas.
A única pretensão com este livro, talvez, seja apenas habitar lugares teóricos desabitados, sem pressões sistêmicas ignotas; negar colheres, portas e teorias lambidas pelo hábito, que atuam inconscientes em nossas reflexões, e isso não é nada simples, pois somos menos livres teoricamente do que imaginamos. Nosso desejo, pelo menos, é movermo-nos como centopeias esquizofrênicas, livres de toda autoridade teórica, num permanente perspectivismo que nos permita apenas ser subalternos da felicidade.